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Capítulo 2/ Viagem para India/ origem da mudança.


Puri

Banheiro do aeroporto/ Chegando na India

Carol, comigo no taxi indo para o Ashram

Puri

Tuk-Tuk/ indo visitar o Karar Ashram de Sri Yukteswar em Puri/ Guru de Yogananda

As Carols

Puri

Viagem para a India sempre é um desafio. Cheia de sabores, cheiros, cores, é muito viva!!!

Soube que cheguei ao passar pela imigração e precisar ir ao banheiro. Me deparei com um buraco no chão, sem papel higiênico e tudo no tom marrom. Isso porque estava no aeroporto, ou seja, um welcome. Graças a Deus a minha bolsa tinha de tudo, e muito álcool gel!!

Eu e minha amiga Carol seguimos para um Ashram em Puri de um Guru realizado muito especial. Muito emocionadas e ansiosas. Primeira vez na India, primeira num Ashram raiz, ual, fortes emoções.

Eu não praticava meditação, Carol já praticava, meditava, já era familiarizada.

Mas mesmo assim, uma coisa é praticar no Brasil, em lugares confortáveis com uma almofadinha e a outra é vivenciar na fonte com todos desafios possíveis.

O Ashram é lindo, é pura energia, no meio de uma mata, muito verde, um calor cão, diria que era uma sauna úmida ao ar livre, 24 horas por dia.

O monge nos recebeu super bem, com um sorriso e foi nos mostrar o quarto. O quarto era grande, com camas coletivas, um ventilador de teto que mal funcionava, muitos mosquitos e um colchão tão fino que dava para sentir o estrado.

Olhamos uma para a outra e não precisou falar nada. Voltamos no escritório do monge e falamos que tínhamos problema nas costas, que tínhamos muitas malas, se teria um outro quarto no primeiro andar e com um colchão mais grosso. Para nossa sorte, ele nos cedeu o quarto de outro monge que estava viajando. Um super upgrade, esse tinha duas camas, um ar condicionado que funcionava mais ou menos, mas TINHA!!!! E o melhor um banheiro só para nós.

Agradecemos e começamos a missão, mesmo o porque só viríamos o Guru no dia seguinte. Começamos a limpar tudo, eu tinha trazido até lisoforme,minha mãe era daquelas que flambava banheiras de hotéis, imagina lá).

Limpamos todo o banheiro, colocamos papel higiênico, ligamos o ar, e um lençol mais um cobertor, para amortecer a cama.

Nessas apareceu vários amigos, tipo mosquitos, e aranhas. Vocês sabem que lá, eles não matam nada, então chamávamos o monge. Ele delicadamente retirava do nosso quarto aranhas e outros colegas. Depois nos passou os horários, horário das refeições, das meditações, dos pujas.

Acordávamos as cinco da manhã e íamos acompanhar o puja no templo, onde o mestre do Guru, estava enterrado. O templo era maravilhoso, todo de mármore, seu túmulo lindo, coberto de flores e todos os dias nesse horário, os monges faziam um puja, uma cerimônia com cantos, velas e comidas(prasadas). Estava escuro ainda e a iluminação vinha das velas e da energia. Voltávamos pela mata para meditar e depois almoçar.

Dia de conhecer o Guru, estávamos sentadas no chão, assim como todos os monges e monjas, mulheres de um lado e homens de outro. O Guru entrou, sorriu para todos e se sentou no chão no meio do centro. Olhar para ele é de arrepiar!!! Os monges passavam com as panelas, de um a um, distribuindo a comida que era colocada em cima de uma folha. Eles não usam talheres, comemos com as mãos, tudo muito apimentado, mais saboroso. Mas como falei, fui preparada, uma das malas estava cheia de barra de proteína, que depois saíamos para comer.

Nos tempos livres pegávamos tuk-tuk e visitamos templos, como o do mestre famoso do Yogananda, o Guru Sri Yukteswar, nossa que emoção!! Ele foi enterrado sentado, em posição de lótus, e é claro em Samadhi(estado mais elevado da consciência divina). Falam que ele demorou para ser enterrado, que a India ficou em festa um tempão em sua homenagem e seu corpo não entrou em decomposição, pelo contrário, parecia estar dormindo. Essa são realizações de mestres realizados, podemos chamar de santos.

Depois de um tempo, nos acostumamos com uma convivência pacífica com os bichos, mesmo o porque a razão e emoção de estar num Ashram e com um mestre realizado, deixa todos os perrengues como pequenos detalhes. Essa é uma linhagem muito pura. O Guru olha para nós, que parece que entra em nossa alma, não fala muito, mas somente seu olhar nos mata de amor. Ficar perto de um guru, é estar perto do fogo, e mais a sauna, purificação o tempo inteiro. Os Gurus tem o poder de pegar nosso karma para eles, de nos purificar. Só tenho que agradecer.

No último dia, fomos se despedir do Guru. Pedimos uma foto, ele cedeu. Momento lindo, mas nós parecíamos que viemos de uma maratona, de tanto suor. E ao sair o Guru olhou para mim e me perguntou: "Hey, what do you do?". Nesse momento sabia que minha vida, iria mudar. Já tinha largado o mercado financeiro e não tinha idéia do que iria fazer.

Dia seguinte seguimos para Oneness University, faculdade de meditação e aprendizado de dois avatares indianos, que fica no sul da India. Essa já tem conforto e comida para o ocidental.

Mas nossa vivência na India raiz, nos preencheu de uma maneira, algo mudou...

Um sentimento de leveza e fazendo parte de um todo.

Saímos chorando e até o calor não nos incomodava mais.. Sentindo abençoadas e agradecidas por tal experiência.

E a pergunta que o Guru fez para mim, virou um mantra, "what do you do, what do you do, what do you do"; o qual viajou comigo durante toda minha experiência na India.

Acabadas, mas muito felizes!!!!

Acabadas, mas muito felizes!!!!

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