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Capitulo 4- Manaus/Amazônia


Sempre tive vontade de conhecer a Amazônia, uma rica viagem, que mistura a mitológica Manaus, da época da borracha, com forte cultura indígena, e gastronômica. O estado do Amazonas atrai interesse mundial, por conta da riqueza natural; sendo a Amazônia, Patrimônio Natural da Humanidade.

Decidi a viagem numa quinta-feira, quando li no Estadão, que abriram o primeiro centro de medicina indígena, em Manaus. Fiquei super curiosa para conhecer, mesmo o porque já tinha me formado na faculdade e tinha decidido fazer minha pós-graduação de gastronomia na Italia. E nada melhor, que pedir para o índio pajé, abrir meus caminhos e conhecer um pouco mais sobre nossas raízes. Ai juntaria, o útil ao agradável, conhecer a floresta Amazônica, sua rica fauna e rica gastronomia. Li a estória de uma menina que foi curada da picada de uma cobra jararaca. Ela iria perder sua perna, pela medicina tradicional, e a medicina indígena a salvou com garrafadas e rezas do pajé. Além de outras curas, li a reportagem de um professor de antropologia, sobrinho do pajé, que conseguiu por meio científico comprovar a eficácia dos tratamentos e consequentemente o reconhecimento e abertura do centro para toda a população.

Embarquei na sexta a tarde, num voo de três horas e meia, e fui direto para o hotel Tropical Manaus Ecoresort, que foi da Varig. O hotel é bem antigo, pé direito alto, muita madeira, um pouco escuro, mas muito legal. Parece que estamos fazendo parte de uma estória, de longas datas, de uma época de luxo. Ele tem uma bonita piscina e tem a área nova que foi reformada. Peça os quartos da ala nova. Também tem um mini zoo, e rico em lojas típicas da região e do Brasil. Quando cheguei, me senti nos hotéis de luxo da India, os quais foram abandonados, mas o clima é muito bom. E fora que sua localização é fantástica, fica na praia de Ponta Negra, que tem uma bela orla, muito legal para caminhar e tomar um verdadeiro açaí com xarope natural de guaraná. Opte pelos que são gelados, saem da máquina como sorvetes, para evitar a contaminação pelo mosquito barbeiro, pois esses passam pelo processo de pasteurização. Tem gosto de quero mais, muito diferente do que vem para São Paulo. Às margens do rio Negro, é um dos locais mais bem frequentados. Localizado em uma das áreas mais nobres da cidade, onde ficam condomínios de luxo, o local tem praias de areias brancas; porém no dia que eu fui, achei um pouco congestionadas e resolvi somente andar pelo calçãdão, que é lindo e a noite fica tudo iluminado. Tem o Shopping Ponta Negra, que é muito legal e uma ótima opção para as refeições, por ter ar condicionado, afinal o calor úmido e constante de Manaus, é uma sauna 24 horas por dia. Lá tem o restaurante Coco Bambu e tem outro que adoramos, o Cachaçaria do Dedé & Empório, que começou com uma barraca de pastel em Manaus. E o empório tem produtos muito bons e diferentes. Para nos locomover, usamos o Uber, achamos que não vale a pena o aluguel de carro. E é claro, que tem restaurantes típicos da região, assim como pratos, que valem a pena comer. No Dedé pedimos, o peixe mais popular de lá, que é o tambaqui. Moqueca de tambaqui com bolinho de macaxeira, uma delicia!!

Dia seguinte, no sábado, já tinha agendado com o antropólogo a visita no centro de medicina indígena. Essa não necessita de agendamento, é só chegar. Chegamos lá, conversamos e entrevistei o João Paulo que é o antropólogo, e depois esperamos para sermos atendidos. O lugar é rústico, vende garrafadas de tudo o que é tipo, para cada problema específico e também coisas indígenas, produzidas por essa aldeia. Fiquei sentada na cadeirinha de palha, na frente tinham redes; sentindo uma paz muito grande, como se eu estivesse vivendo num século passado. Consegui sentir e fazer parte da nossa rica história, da nossa fonte. Depois veio a índia , ou pode ser o índio, sobrinho do pajé, fazer a tradução, pois eles não falam nossa língua. Sentamos numa salinha, eu num banco pequeno, de frente para o pajé, e sua sobrinha do lado. Eles me perguntaram, porque eu estava lá, e pedi benção e rezas para todas as áreas. Ele foi me esfumaçando com um cigarro de corda, meio fedido e rezando. Não entendi nada, é claro, mas senti uma paz de espírito e relaxamento total. Depois, foi a vez do meu marido, que também saiu tonto, no bom sentido, de tanta reza. Ele rezou e abençoou nossa entrada na mata, que seria no domingo, com passeio de barco. Ficamos lá por umas 3 horas, e eles cobram algo irrisório, pelo lindo trabalho. Saímos felizes, e ele ainda me deu um creme "abre caminhos ", e não é que abriu mesmo? !! Fora isso, levei a foto dos filhos e pedi para ele abençoar. Foi aí, que o pajé me deu metade do toco do cigarro fedido, para eu trazer para SP, no intuito de esfumaçar meus filhos. Haha, pensei "vou ser presa no aeroporto"....

Depois de lá, fomos direto para o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, também conhecido como mercadão. Ele é considerado um dos mais importantes espaços de comercialização de produtos e alimentos típicos da região amazônica, em função da variedade de frutas, legumes, especiarias, cachaças, grãos, é fantástico. E é tombado pelo IPHAN, com sua arquitetura de ferro, muito interessante, da época áurea da economia da borracha. Tem de tudo, produtos que nunca tinha visto, ou mesmo, experimentado. Do seu lado tem outra estrutura, onde se acha as barracas de ervas, pergunte pela barraca da japonesa. Ela é o máximo, parece uma curandeira das antigas, te indica, ervas e chás para tudo. O mercadão fica na frente do Rio Negro, onde você pode reservar um barco para os passeios, porém acho muito cheio, então depois indico para vocês um capitão da marinha, show de bola, que pode pegá-los na frente do hotel, esquema mais vip. No hotel também são vendidos os passeios de barco pela selva, mas é claro num preço bem maior.

Perto do mercadão para quem ama gastronomia, e é curioso, tem o mercado onde chegam os peixes, ual, é incrível a variedade. Você sai de lá, com cheiro de peixe, mas vale super a visita. Cuidado, que muitas vezes, pode ser "atropelado com as rabadas e nadadeiras", rs...

Com a visita nos mercados, fechamos o dia, com várias sacolas e especiarias, amei..

Você pode optar também para fazer o passeio do mercado de peixes de madrugada, quando eles chegam e depois esperar para sair de barco. Enquanto espera pode tomar um café e comer um X-Caboquinho; que preferi comer no café da manhã no hotel ao pedir a tapioca caboquinho. A tapioca veio com queijo coalho, banana frita e o fruto amazônico tucumã.

No domingo, fizemos o passeio de barco completo. Nossa, difícil explicar a emoção, de ver a grande e vasta riqueza da floresta. É incrível, você sai do passeio, com a sensação de plenitude, de fazer parte do meio ambiente. É maravilhoso!!!!

Fizemos o passeio no rio com tudo que tinha direito: Encontro das águas, Vitórias Régias, nadamos com botos rosas e passamos por aldeias indígenas. Esse vai um dia inteiro de passeio, ainda bem que nosso voo era a noite, senão aconselho ficar três dias, e dividir o passeio de barco, em dois dias. Não dá para ser brasileiro, sem conhecer a Amazônia, que orgulho do meu país, como somos afortunados, por termos essa maravilha!!!

Voltamos para o hotel realizados, e acabamos conhecendo o maior fotógrafo de pássaros do mundo, que vai todos os anos para lá, para fotografar as diferentes espécies. Bom, saímos de lá tão encantados, que em um mês, estávamos de volta com os filhos grandes para maiores aventuras... Aventuras essas, como sair de barco a noite para ver e caçar jacarés, mas sem machucá-los. Vai no barco com o Crocodilo Dundee ( especializado em pegar jacarés ), e ele solta depois... Mas realmente é uma aventura, pois tudo é feito de forma rudimentar, o próprio Crocodilo Dundee tem milhões de cicatrizes, pois já foi inúmeras vezes, mordido. No meu caso, como sempre, fortes emoções... Ele deixou escapar o jacaré, e o jacaré, saiu correndo em minha direção. Comecei a berrar, o barqueiro que não era o capitão que mencionei, parecia o amigo do capitão gancho, morria de rir, meus filhos riam junto e eu me pendurei para fora do barco... Hahhaha, essa cena, eles não irão esquecer...

Outro passeio lindo, é conhecer o Teatro Amazonas!!

Não vejo a hora de voltar....

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